O último ano como júnior de Gabriel Ribeiro 


Vice-campeão Nacional Sub-18 surfou durante um mês em ondas como Pipeline ou Sunset, preparando a época de 2020, e hoje foi o dia em que fez o balanço à Surfzine. 

Gabriel Ribeiro esteve durante um mês no Havai a aprender novas competências e a aperfeiçoar o seu nível de surf em ondas que obrigam qualquer surfista a puxar pelos limites. Foi a segunda temporada no arquipélago do Pacífico para o surfista da Ericeira que surfou em diversos picos do North Shore da ilha de Oahu, como Pipeline, Sunset Beach ou Off-The-Wall indo até outros como Rocky Point, Velzyland, Ehukau Beach Park, Gas Chambers, Backyards ou Makaha.

Durante as primeiras três semanas as ondas estiveram boas sendo que na última semana entrou uma ondulação gigante que dificultou o surf e obrigou Gabriel a procurar picos alternativos, como foi o caso de Makaha, na costa oeste da ilha.

Depois da estreia em 2019 nesta que é a Meca do surf mundial, o atual vice-campeão nacional de Sub-18, de 17 anos, viajou pela segunda vez para o Havai com os objetivos de melhorar o seu nível de surf em ondas grandes dando prioridade à vertente psicológica ao treinar a sua autonomia em condições pesadas.

Surfar nas ondas do Havai é um excelente treino, não só a nível técnico mas principalmente a nível psicológico. É um local maravilhoso com ondas de qualidade mundial que obrigou a puxar por mim em diversos aspetos. Estar sozinho e fora da minha zona de conforto fortaleceu-me a nível mental.

Habituado também a ondas de classe mundial em frente a sua casa, Ribeiro sentiu o power e a intensidade das ondas havaianas de uma forma especial. “Em Pipeline e Sunset Beach a força das ondas é incrível. É muito selvagem. E isso obrigou-me a ser mais forte a nível psicológico apesar do mar, por vezes, ter estado assustador”, admitiu.

No que a competição diz respeito, a presença no Havai fica também marcada pela sua estreia numa prova do circuito mundial de qualificação da World Surf League. Gabriel participou no evento QS1,000 Sunset Open, explicando que “As ondas estavam com 2m. Apesar de ter perdido no primeiro heat a apenas 0,45 pontos do segundo classificado, que daria passagem à segunda ronda, foi uma experiência positiva de aprendizagem. Só aquela ansiedade e ter de gerir tudo sozinho num ambiente completamente novo e imprevisível, fez-me ver o surf com um olhar diferente”.

Uma coisa é assistir a campeonatos no Havai, seja através da Internet, da televisão ou até ver filmes com alguns dos melhores surfistas do mundo naquelas ondas. Outra coisa é estar lá e sentir na pele o ambiente de tremenda competição na maior arena do surf mundial. Pelo lado mais desafiante, além do tamanho e força das ondas, Gabriel Ribeiro destaca o crowd que tornou muito difícil fazer muitas ondas por sessão. No entanto, é algo a que qualquer surfista é obrigado a habituar-se no Havai. 

Este ano fui durante o QS1,000 em Sunset e o QS5,000 em Pipeline, o Volcom Pipe Pro. O nível dentro de água nas sessões de surf estava muito alto. Tive de trabalhar a vertente psicológica a surfar naquele ambiente super competitivo onde fazer free surf é muito difícil, principalmente, em Pipeline.

“Antes do Gabriel partir para as ilhas, os treinos passaram por fazê-lo sair da zona de conforto tanto nos locais de treino, surfando diferentes ondas, como também na abordagem à onda e a cada manobra”, explicou o seu treinador, Manuel Gameiro. “O objetivo passou por ser consistente em colocar manobras fortes nas zonas críticas da onda, aproveitando da melhor forma cada secção para pontuar, adequando a manobra correta à secção variando o máximo possível. A ida ao Havai serviu para dar continuidade a este trabalho, mas, desta vez, de forma mais autónoma e num local com mais nível onde tudo é mais difícil dentro de água, não só pelas ondas, mas também pelo crowd, tendo o Gabriel que tirar o máximo partido de cada onda que surfasse”, concluiu.

Em 2020, Gabriel Ribeiro irá fazer o seu último ano como júnior tendo estado, desde muito cedo, na linha da frente entre os melhores surfistas nacionais da sua geração. Do seu currículo, além do já referido título de vice-campeão nacional de Sub-18, fazem parte o título de bicampeão da Taça de Portugal de Surfing na categoria júnior e vice-campeão em juvenil na mesma competição, bem como dois títulos de vice-campeão nacional de Sub-16.

Depois desta pré-temporada desafiante em jeito de preparação para as provas nacionais e europeias, o miúdo está focado em várias frentes:

Uma vez que é a minha última época na categoria júnior vou dar o máximo para conquistar o título nacional de Sub-18 e terminar o ano no top 5 europeu. Também vou procurar obter bons resultados na Liga MEO e fazer alguns heats no WQS para ganhar experiência.

Quem fala assim não é gago. Boa sorte, Gabi! xxx

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