UMA HISTÓRIA DO SURF E DOS AÇORES COMO UM DOS SEUS BERÇOS NO ATLÂNTICO.
O surfing — conjunto de modalidades praticadas nas ondas — tem a sua origem no Pacífico, mais concretamente no Hawai’i. Terá sido oferecido ao mundo por um jovem nadador hawaiano chamado Duke Kahanamoku nos primeiros anos do século XX, espalhando‑se por todos os mares na efervescência do pós guerra. Mas e se não for bem assim? E se o primeiro contacto dos europeus com o Hawai’i for anterior à chegada do Capitão Cook? E se alguns dos primeiros estrangeiros a fixarem‑se nessas ilhas do Pacífico tiverem sido, afinal, baleeiros açorianos?
O Mais Velho Surfista do Atlântico apresenta‑nos, além de outras personagens e momentos históricos, um neto de açorianos chamado George Cunha, que acompanhou Duke nas suas primeiras tournées por outras paragens, e militares americanos estacionados na ilha Terceira nos anos 40 a surfarem as ondas da Praia da Vitória, tornando os Açores um dos primeiros berços do «desporto dos reis hawaianos».
É um livro que nos leva desde a chegada dos primeiros açorianos ao Hawai’i até aos dias de hoje, percorrendo dois séculos da história das relações entre os dois arquipélagos e uma modalidade desportiva que caiu nas graças do mundo.
Para Pedro Arruda, o autor, “Este livro é uma tentativa de fixar, ou, de certa maneira, de conter e agarrar, ou de valorizar, aquilo que, muitas vezes, se perde na espuma dos dias, a frivolidade e o prazer epicurista do gesto puramente individual de correr ondas, de experienciar direta e fisicamente essa realidade concreta e oceânica do surf, da energia efémera das ondas, que se desvanecem em espuma no litoral da terra. Mas, de igual forma, é um relato sobre uma força maior, uma representação da transcendência do mundo onde vivemos, naquilo que ele tem de mais poderoso — o grande Oceano — e a nossa relação ancestral com ele, esse chamamento, uma atracção dir‑se‑ia fatal, seja individual seja comum a todos nós, com as forças misteriosas do imenso Mar que circunda e envolve a superfície da Terra.
Uma história do surfing será, sempre, uma história, afinal, da relação do Homem com o Oceano, de como o Homem o conquistou e de como o Oceano, por sua vez, delimitou e definiu o percurso do Homem na história, quer de cada um de nós individualmente, quer de toda uma comunidade ou de um povo.”
