O derradeiro dia de competição do Allianz Figueira Pro, a etapa inaugural da Liga MEO Surf 2023, começou às 7h45, contou com boas ondas de 1m e alguns sets maiores que foram palco de nível de surf de excelência por parte da elite do surf nacional.
A nova geração de surfistas portugueses assumiu a liderança do ranking neste início de ano, destronando pelo caminho até à final surfistas mais experientes, provando, uma vez mais, que o futuro do surf nacional está garantido. Houve várias notas excelentes e reviravoltas emocionantes nos últimos minutos.
A final masculina foi disputada entre o atual campeão nacional, Guilherme Ribeiro, e Afonso Antunes. A primeira troca de ondas foi favorável a Afonso sendo que durante a final houve alternância da liderança por diversas vezes.
A poucos minutos do fim Afonso estava em 1.º lugar, mas a reação do surfista da Costa de Caparica numa onda bem trabalhada com surf de rail desde o outside que valeu 6.25 pontos foi suficiente para provocar a reviravolta. Foi já depois da buzina soar que foram lançadas as últimas notas que confirmaram o resultado. À saída da água, assistiu-se a um grande momento de desportivismo com Afonso a carregar o seu amigo nos ombros dando-lhe os parabéns pela vitória.
“Na final adotei a mesma estratégia que utilizei durante o campeonato inteiro”, afirmou o campeão. “Sei que neste campeonato não apanhei as melhores ondas, mas fiz o meu melhor surf e acho que a vitória vem daí. Na final não estive nas ondas boas, mas consegui fazer a reviravolta no fim. Para mim é sempre um prazer disputar baterias com o Afonso já que somos bons amigos. Terminei o ano com a licra amarela e vou continuar com ela, o que me dá muita força e confiança. Quero ficar com esta licra até ao fim da Liga e, possivelmente, sagrar-me campeão nacional outra vez”, finalizou.
As meias-finais contaram com três surfistas da nova geração nacional e um surfista mais experiente. Na primeira bateria entre Guilherme Ribeiro e Frederico Morais assistiu-se a um duelo renhido de surf de rail e polido entre os dois que terminou com 13.75 para Guilherme e 13.35 para Kikas. Na segunda meia-final, Afonso Antunes e Matias Canhoto sentiram dificuldades em encontrar ondas de qualidade. O primeiro carimbou a passagem para a final com 9.25 pontos, enquanto Matias terminou em 3º lugar ex aequeo com 6.65 pontos.
No feminino, Gabriela Dinis e Francisca Veselko protagonizaram a final com a primeira a começar forte com uma onda de 7.50 pontos. Contudo, a reação da até então campeã da etapa com duas ondas de 5.75 e 4.50 levaram-na para o 1.º lugar. Foi já nos últimos minutos que Gabriela Dinis apanhou a onda decisiva de 3.00 pontos, suficiente para garantir a vitória após três finais perdidas na Liga.
“Estou super feliz”, afirmou a campeã. “Os últimos três anos foram difíceis para mim devido a várias mudanças de treinadores e ter de acabar o secundário, mas finalmente estabilizei. Na final não entraram muitas ondas boas, acho que só fiz duas ou três. Tentei esperar pelas melhores porque sabia que precisava de notas altas para ganhar e felizmente resultou”, concluiu.
Em termos de surpresas, Teresa Bonvalot foi eliminada na bateria do round 3, enquanto Yolanda Hopkins foi eliminada na segunda ronda numa bateria bastante disputada, mas que acabou por ser vencida por Teresa Bonvalot com Gabriela Dinis em segundo.
Antes das finais realizou-se uma homenagem a Pedro Martins de Lima, o primeiro surfista português recentemente falecido, considerado o pai do Surf Português, com a deposição de uma coroa de flores no mar e um minuto de silêncio.
A Liga volta à água entre os dias 21 e 23 de abril, com Porto e Matosinhos a receberem a segunda etapa da temporada – o Joaquim Chaves Saúde Porto Pro. Até lá! xxx