Matias Canhoto: “Eu sempre quis viver do surf”


A Surfzine volta a traçar o perfil de um membro da nova geração, um dos mais talentosos e promissores da atualidade. Desta vez contactámos Matias Canhoto, de 12 anos e local de Peniche, para nos contar sobre a rotina e também o que quer ser no futuro. 

Ficha técnica
Nome completo: Matias Silva Canhoto
Alcunha: Maty
Idade: 12 anos
Instagram: @matiasilvacanhoto
Escola e ano de escolaridade: Escola D. Luís de Ataide, 7º Ano
Clube: Peniche Surfing Clube
Homebreak: Supertubos
Comida favorita: Lulas recheadas
Herói: Gabriel Medina
Títulos: 3º Lugar Squids TCT Volcom Europe 2016; 3º lugar Sub-11 Etapa Instituto Gabriel Medina 2017; Vice-Campeão Juvenil Taça Portugal 2018; Bicampeão Rip Curl Grom Search Sub-12 2018/2019; Bicampeão Rip Curl Grom Search Sub-14 2018/2019; Bicampeão Nacional Sub-12 2018/2019; Vice-Campeão Nacional Sub-14 2019.


Olá Matias. Começa por falar um bocadinho de ti. Que tens andado a fazer e de onde vem essa paixão pelo surf?

Boas, muito obrigado. Eu tenho andado a treinar todos os dias para ser cada vez melhor. A minha paixão pelo surf surge nas férias de verão, a minha irmã ficou com varicela e o meu pai pôs-me num camp de surf. Estive lá um mês e meio e, no final, os instrutores viram que eu tinha potencial e eu acabei por dizer ao meu pai que queria continuar a surfar.

Como é preenchido o teu dia-a-dia?

De segunda a sexta-feira tenho escola, mas tento surfar todos os dias que posso e ao fim de semana tento aproveitar ao máximo. E pelo meio também tenho treinos funcionais e técnicos.

Fazes algum treino específico? 

Sim, faço treino funcional e ando bastante de skate. O meu pai ajuda-me muito nos treinos.

Qual a manobra que mais gostas de fazer?

Tubos, porque não é uma manobra forçada e tem mais a ver com a natureza. E, claro, é uma visão incrível quando estás todo lá dentro.

(…) é uma visão incrível quando estás todo lá dentro [dos tubos]

E qual a tua onda preferida? 

A minha onda favorita é Supertubos, devido aos seus tubos e também porque não é preciso bater a prancha uma vez que é uma onda com muito “speed”

Free surf ou competição? O que preferes?

Gosto dos dois, mas gosto principalmente da competição porque me dá mais pica e sinto que é onde consigo mostrar aquilo que sou.

Apesar de ainda seres muito novinho já apresentas um currículo invejável. Qual o campeonato que mais prazer te deu participar?

O que me deu mais prazer foi TCT Volcom Europe, porque foi muito divertido e contou com groms de toda a Europa e eu também viajei para França e Espanha.

Recentemente cruzaste a piscina de ondas de Waco, no Texas. Ficaste fã?

Sim, fiquei super fã. A experiência foi muito boa. Fazíamos duas sessões por dia de 2 a 3 horas e treinei mais aéreos num só dia do que no mar em 30! Também fui o primeiro português a lá ir. Gostei muito e espero voltar em breve.  

[O Surf] É como uma vida para mim

E sobre o Instituto Gabriel Medina que visitaste há um par de anos. Achas que faz falta uma coisa do género em Portugal?

Claro que sim. Aquilo é incrível, a sua localização é na praia, eles têm tudo e oferecem todo o tipo de treinos. Conheci muitos amigos surfistas, vi o que o Medina fez para ser campeão, onde começou e como o Instituto acaba por ser um reflexo dele. Espero que um dia façam algo assim aqui, ou melhor ainda.

Há muitos jovens surfistas atualmente em Portugal. Quais gostas de ver a surfar? 

Para mim é o Afonso Antunes, não só porque é um grande amigo mas também porque me ajudou na minha evolução relativamente ao surf. Ele surfa muito bem e só desejo o melhor para ele. 

E entre os surfistas mais experientes, quem serve de inspiração?

A minha inspiração é o Gabriel Medina. É goofy, tem muita garra e luta pelo que quer. Trabalhou muito e deu muito no duro para chegar onde se encontra. É bicampeão mundial e de certeza que irá ganhar mais vezes o título e acabará por ser o ídolo de mais gente. 

(…) gosto principalmente da competição porque sinto que é onde consigo mostrar aquilo que sou

Uma última questão. Alguma vez pensaste um dia viver do surf? 

Eu sempre quis viver do surf. É como uma vida para mim, pois mesmo que não consiga chegar onde quero, irei continuar sempre a surfar e a divertir-me. É para isso que estou a trabalhar cada vez mais no sentido fisico e psicológico. xxx

* Especiais agradecimentos ao pai do Matias, o David, pela disponibilidade e também pela cedência das imagens que ilustram a peça.
** Imagens de arquivo pessoal; créditos Laurent Masurel. 

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