O fim de uma era


Depois de ter libertado alguns nomes fortes e atuais das diversas frentes do surf mundial, como Rob Machado, Adrian Buchan, Michel Bourez, Yadin Nicol, Eli Hanneman, Barron Mamiya, Rizal Tanjung, Coco Nogales, Jake Marshall, Lakey Peterson e até Carissa Moore, que conquistou no passado mês de dezembro o quarto título mundial da conta pessoal; a empresa Bluestar Alliance, detentora da Hurley, fez o impensável: convidou John John Florence a renegociar a sua ligação à Hurley por valores bem mais inferiores aos inicialmente acordados.

Ora, como seria de esperar, o havaiano, detentor de dois títulos mundiais e considerado um dos maiores e mais criativos surfistas de sempre, não aceitou os novos termos e condições apresentadas pela Bluestar Alliance… apresentando-se em Pipe, numa destas surfadas de janeiro, sem autocolante no bico da sua prancha

Para bom entendedor meia palavra (ou imagem) basta. E assim, sem glória nem pompa ou circunstância, sem romance e de forma claramente azeda, terminou a ligação do prodígio havaiano à Hurley e vice-versa.

Contudo, vale recordar que o miúdo nascido e formado nas portentosas ondas da costa norte de Oahu começou a representar a grife norte-americana há 7 anos, rubricando na altura o mais valioso contrato do mundo do surf (na ordem dos 30 milhões de dólares ao longo de 8 anos). Aliás, até há bem pouco tempo, a Hurley detinha mesmo a mais dispendiosa equipa de surf profissional, detendo mais de dez surfista na Championship Tour.

Com a saída de John John esperam-se mais cortes e ajustes nas próximas semanas, pois ainda falta esclarecer a questão de Filipe Toledo e de Julian Wilson, também eles membros da equipa e convidados a renegociar os termos da sua ligação.

Esta situação vem salientar o que, aliás, já se sabia. Que a tendência de corte nos salários dos surfistas mantém-se e está para ficar. Não é só na Hurley que a asfixia acontece, mas um pouco por todo o lado as marcas de surf estão a apertar o cinto. E o pior de tudo, como se isto não bastasse, é que a saída de JJF abre um precedente e a oportunidade para outros fazerem o mesmo!

Vamos ficar atentos para ver o que se irá passar nos próximos tempos, mas efetivamente não se adivinham bons tempos para os surfistas profissionais. xxx

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