Skeleton Bay, uma onda do tempo presente


Uma história do mundo surf sobre Skeleton Bay AKA Donkey Bay, Namíbia, África. Cortesia da equipa Surfzine. 

Para muitos está considerada a mais perfeita esquerda do mundo, assente num banco de areia que debita ondas super longas (leia-se, quilométricas), tubulares, rápidas e perfeitas ao mais puro estilo point break

No entanto, segundo alguns especialistas do surf, ela poderá deixar de existir em cerca de 20 anos. Isto, porque o movimento das areias (correntes, vento vindo do deserto) é constante e poderá fazer com que o recorte da linha costeira se altere e a baía desapareça daqui a alguns anos. Ou que, em última análise, a onda deixe de apresentar o aspeto, a qualidade e todas as características que hoje em dia detém. 

Há, porém, também uma história engraçada que refere que a onda que hoje se conhece não existia há alguns anos atrás, o que não deixa de ser curioso e ao mesmo tempo interessante. A Surfzine investigou e recuperou esse tema.  

Sven Seifritz, surfista e militar sul-africano a cumprir serviço num quartel situado a cerca de 5km do conhecido spot, diz que em 1987 bateu a costa da Namíbia de um lado para o outro e que esta onda não existia.

Quando, anos mais tarde, esta foi revelada ao Mundo pela imprensa do surf, para Sven foi um autêntico choque. 

Teria Sven Seifritz voltado costas ou passado ao lado da melhor onda do Planeta?

A história é um pouco mais complexa do que se possa pensar. É que, segundo ele, a Baía de Donkey de 1987 não é a mesma de 2020 ou até a de 2008 quando a onda foi exposta ao Mundo. Assim, durante anos, Sven pesquisou sobre o local e viu inúmeros vídeos, mas a dúvida continuou sempre lá: 

Seria aquela onda no mesmo local onde cumprira o serviço militar?

Certo dia, ao fazer uma pesquisa rápida no Google Maps, encontrou um pico de areia com várias ondas perfeitas a rolarem, uma língua de areia bem definida e no final uma baía. Sven ampliou a descoberta feita através do browser do seu computador e… de repente fez-se luz. Era Pelican Point! 

Agora tudo parecia bater certo, mas ainda assim Sven não estava convencido e tal continuava a tratar-se de um erro. Ele tinha lá estado e observado com os seus próprios olhos todo o recorte da costa, aquela não era a Skeleton Bay que ele conhecera nos idos de 80. 

Só algum tempo mais tarde especialistas em previsões de surf esclareceram por inteiro o surfista sul-africano: É garantido que em 1987/88 a onda já lá estava e oferecia algumas secções, mas, muito provavelmente, não com a qualidade nem com a extensão de hoje em dia. Isto porque o banco de areia ainda não tinha o ângulo nem os padrões de qualidade atuais. 

Resumindo, Skeleton Bay poderá ter os dias contados e não existir no futuro. Acontece que também poderia não ter existido no passado. Podemos então considerar que é um destino do surf fruto do momento presente.

Muito obrigado, Mãe Natureza. xxx

Previous 6 dias em Portugal com Jessé Mendes
Next Novo vídeo de Morgan Maassen é uma obra de arte